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Por Ana Catão

Pode parecer estranho falar sobre convivência num momento como esse, em que aparentemente estamos privados de viver junto.

Digo “aparentemente” porque, de fato, só estamos privados da vida em comum como a conhecemos ou como, quase que por inércia, costumamos vê-la. Essa é a grande oportunidade que temos agora, a de sair do movimento da inércia.

O mundo estava acelerado, acelerado demais. Nos perdemos nessa velocidade, muitos de nós vivemos como autômatos, sem tempo de parar…

Não tomemos por óbvio que estamos vivendo o mesmo. Alguns estão vivendo lindas histórias de solidariedade, outros, terríveis histórias de abandono, de violência.

Me assombra o pensamento: o que será conviver depois do isolamento? Será o mesmo? Teremos mais fobia do outro? Mais ainda? O outro que neste momento incarna a possibilidade do contágio, a possibilidade da morte? Isso ressignifica o outro, não? Que relação estamos tendo e teremos com o outro, com os diversos outros?

Escrevi um artigo sobre a Convivência durante a pandemia de Covid-19, onde convido você a refletir comigo tudo o que estamos vivendo e o que virá pela frente. 

Abaixo,  links mencionados e que complementam minha reflexão no vídeo: 

Achille Mbembe – O Direito universal à respiração

O futuro pós-coronavírus já está em disputa. Como impedir que o capitalismo, que já nos roubou o presente, nos roube também o amanhã (Eliane Brum)

Bruno Latour: imaginar gestos que barrem o retorno da produção pré-crise. Quais as atividades agora suspensas você gostaria que não fossem retomadas?

“O modo de funcionamento da humanidade entrou em crise”, opina Ailton Krenak.

Pandemias dizem mais sobre nós mesmos do que a doença em si

Especial epidemias do Jornal da USP

 


Clique e veja a série Respeitar! nos tempos de coronavírus, com reflexões acerca de temas das formações do projeto e que dialogam com o período de isolamento social por causa do coronavírus (Covid-19). 

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