Novembro Negro

Não poderíamos deixar de trazer para o espaço de Campanhas do Respeitar é Preciso! o Mês da Consciência Negra: por tudo que representa nas lutas históricas de nosso povo e da comunidade negra e, em especial, porque começou oficialmente no espaço escolar a comemoração e daí o reconhecimento da importância de Zumbi dos Palmares.

O Art. 79B da Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 10.639 de 9 de janeiro de 2.003) diz simples e claramente que:

“O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’”.

A mesma Lei incluía, final e urgentemente, o Ensino de História e Cultura Afro Brasileira nos currículos escolares.

Mas, teve muita história antes disso.

Desde os anos 1970, no âmbito das lutas sociais, já se buscava marcar a data que traz outro ponto de vista e outras luzes ausentes no super-oficial dia 13 de maio.

Em Porto Alegre, 1971, o poeta e professor Oliveira Silveira, fundador do Grupo Palmares, propõe a data e reivindica um novo olhar para a história.

 

“Em 1971, a esquina entre a rua dos Andradas e a Avenida Borges de Medeiros ainda não se chamava Democrática, mas já era o ponto de encontro de quatro jovens universitários que discutiam pautas relativas ao negro no Brasil. Em uma dessas conversas, Oliveira Silveira, Vilmar Nunes, Ilmo da Silva e Antônio Carlos Côrtes passaram a questionar a legitimidade do 13 de maio (dia da abolição da escravatura) para o povo negro.” (trecho da biografia do poeta).

Mas teve ainda muito mais história antes disso.

Por isso, a campanha tem como foco a nossa sociedade, formada por uma maioria de pessoas negras. Mais especificamente, busca oferecer subsídios que permitam a educadoras e educadores pensar, construir e colocar em prática estratégias para lidar com a história e as contribuições sociais, culturais e científicas da África, dos povos africanos e de seus descendentes (em conformidade com a legislação educacional brasileira, que reconhece serem estas temáticas relevantes para a formação das novas gerações). Numa sociedade ainda fortemente marcada pelo racismo, também procura oferecer referências para que as escolas intervenham, educativamente, na disseminação de estereótipos e de diferentes expressões de discriminação.