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5° Encontro na DRE São Mateus 2018

21 de novembro de 2018

5° Encontro

Data: 28/08/2018
Formadora: Celinha Nascimento
Pauta:
– Avaliações de Julho – Retomada do Semestre
– Retomada do exercício sobre Democracia
– Estudo de Caso
– Avaliação / Despedida

A formadora começou apresentando o projeto às 08 pessoas que estavam no grupo pela primeira vez, pedindo aos outros, como um exercício de memória, que explicassem aos recém-chegados o que se faz na formação. Algumas respostas dadas:

  • “Aqui se elabora e se estuda o Respeitar é Preciso!”
  • “Tentamos melhorar as relações humanas”
  • “Tratamos de questões difíceis e possibilidades”
  • “Falamos sobre gestão”

A formadora retomou algumas avaliações do encontro de julho que lhe pareceram importantes:

  • Sobre a solicitação de material de apoio, pediu que voltassem sempre ao material pedagógico, pois é a principal referência;
  • Sobre a solicitação de gravar os encontros de formação, pediu que acessem os boletins que são feitos depois das formações e publicados neste portal;
  • Foram mencionadas várias dúvidas sobre a Comissão de Mediação de Conflitos para adultos e funcionários em geral. A formadora mostrou a portaria 2.974/2016 e tirou algumas dúvidas sobre sua aplicação.

Após esse momento, a formadora pediu notícias sobre mapeamentos realizados nas UEs, já que várias avaliações também citavam a importância dessa atividade e de melhorar a Escuta depois do encontro com este tema. Os educadores aproveitaram e informaram sobre atividades que têm acontecido em suas unidades, pertinentes aos temas das formações:

  • Um educador da EMEF Claudio Manoel da Costa relatou que a escola fez uma assembleia com toda unidade, que contou com ampla participação dos alunos: “Dar voz é uma forma de ensinar”. Alunos e alunas fizeram mediação com alunos menores e agora possuem representantes de sala. “É muito importante ouvir os alunos pois a fala é totalmente diferente da nossa”;
  • Uma educadora da EMEF Vinicius de Morais deu longo depoimento sobre com era sua unidade com “Guerra de maçãs e muita violência. Não era conflito, era quebradeira, pensa no horror” (sic). Porém, a gestão focou nos alunos conflituosos, fizeram combinados com tais alunos, os alunos pediram ajuda, pediram melhorias e, por fim, a violência diminuiu bastante;
  • Um educador do CEI Inezita Barroso também iniciou mapeamento com as crianças, que pediram gira-gira e outros brinquedos. A perspectiva do CEI é propor um mapeamento para toda a escola com a participação das famílias;
  • Um educador da EMEF Prof. Rivadavia Marques Júnior tratou de como está lidando com questões de gênero surgidas na escola. O professor começou um trabalho na Sala de Leitura só com as meninas, pois elas o procuraram preocupadas com machismo, casos de mutilação, violência doméstica e assédio. Ele acolheu a demanda e juntos fizeram saraus, participaram do Slam da Guilhermina, fizeram vídeos e leituras. Porém o educador relatou que era o único que estava preocupado e ajudando. Começou a chamar mais professores que se juntaram lentamente ao grupo. A luta e o diálogo cresceram muito com palestras e enfrentamento de temas tabus, e houve até saída de pais das reuniões por não conseguirem acompanhar as questões que as filhas traziam.

A formadora aproveitou os depoimentos para falar novamente de Escuta e o quê se aprende com os conflitos, tomando a Portaria das CMCs como referência para definir o que é considerado “conflito”.

Os educadores foram perguntados se haviam comparecido aos Seminários Regionais, aos quais 04 pessoas do gruo haviam comparecido – e gostaram muito.

Após esta rodada de conversa aberta, a pauta seguiu para o Estudo sobre o Caso apresentado:

Cecília é aluna do 9ºano e desde os anos de Educação Infantil vive em constante desconforto em relação à forma como muitos dos alunos se dirigem e se relacionam com ela.
No início, eram as brincadeiras na hora do recreio: não tinha vontade de juntar-se ao grupo de meninas, para o qual era sempre dirigida pelos adultos, uma vez que não se interessava pelas brincadeiras com bonecas, amarelinhas, etc. Era muito difícil também ter ¨permissão¨ dos meninos para se aproximar ou compartilhar os jogos de futebol.
Com o tempo, as situações de isolamento foram  se tornando cada vez mais frequentes.
Foi só nos anos finais do Ensino Fundamental que ela, depois de um longo processo de autoconhecimento, optou por mudar seu nome, transformar gradativamente seu corpo e assumir uma nova identidade. Passou a atender pelo nome de Célio, o que ainda não deixa de suscitar comentários e questionamentos, tanto por parte dos adultos quanto por alguns colegas.
Na última semana, reivindicou para a direção da escola o direito de usar banheiro masculino, o que vem sendo visto com muita resistência pela equipe de gestão e parte do corpo docente, além das reclamações por parte dos colegas.
Como lidar com esta situação?

Parte do debate foi sistematizado pela formadora no quadro abaixo:

Situação de desrespeito e discriminação Reflexões Ações Propostas
Não-aceitação por parte dos grupos;

Brincadeiras propostas e obrigatórias;

PPP da escola: questão de gênero;

Isolamento social, escola discriminou;

Desrespeito à lei, nome social;

Corpo docente, aceitar troca;

Silenciar, não tocar na ferida;

Entendimento dos alunos;

“Não temos processo”.

Período de vida fora da escola;

A ideia de bem e mal que vem desde contos de fada;

Currículo e projetos sociais;

Fase adulta da vida;

Questão de gênero nas novelas e nos países, questões culturais;

Barbárie ter que pedir papel higiênico para ir ao banheiro;

Histórico do uso de banheiros;

Questão legal, famílias;

CEIs utilizam um único banheiro, problema está nos adultos;

Ainda existe preconceito com homens em creches, estereótipos.

Futebol é de menina também;

Banheiro unissex;

Não separar brinquedos;

Formação para pais, comunidade e demais;

Entender público e privado;

Educar a todos;

Atuação das CMCs, ter acordos e conceitos.

Segundo a formadora, o resultado da conversa gravada no quadro sugere que “é mais fácil analisar do que ter ações para resolução do problema, que passa, necessariamente, por diálogo com toda comunidade. Dificilmente o grupo propõe uma saída de fato, mas sinaliza a urgência da discussão e do entendimento do conflito. É animador ver que nestes estudos de caso, começamos a perceber que os grupos têm compreendido cada vez mais que não existem respostas prontas e soluções pré-pensadas, mas que é necessário fazer ampla discussão para se chegar a bons termos e que todos aprendam sobre o caso”.

Depois de preencher o quadro com a colaboração de todos, a formadora passou aos dois slides de sua apresentação que orientam os fatores importantes de serem observados ao fazer o estudo de casos. Da apresentação também foi lida a recomendação para a Elaboração da Vivência, já no fim do encontro.

A avaliação do encontro pode ser conferida aqui.

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