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Uma conversa no parque – associação de moradores defendem direito à cidade

* Por Gunga Castro, para a Campanha Direito à cidade

Inaugurado em abril 2016, com uma área que soma mais de 143 mil metros quadrados, O Parque Chácara do Jockey fica na Avenida Francisco Morato, nº 5.300, e recebe os visitantes todos os dias, das 6h até 20h. Fruto de uma longa batalha encabeçada por associações de moradores, o Movimento Parque Chácara do Jockey e outros grupos de defesa do direito à cidade, o parque oferece à população de diversos bairros próximos à região do Butantã e do Morumbi, como a Vila Sônia e Jardim Monte Kemel, diversas opções de lazer e outras atividades.

Em outubro de 2014, a Prefeitura de São Paulo tomou posse da Chácara do Jockey, por meio de desapropriação, resultante de dívidas de IPTU do Jockey Club de São Paulo, e foram estes grupos que impediram que este espaço fosse entregue à especulação imobiliária.

Hoje, os moradores do entorno podem usufruir de um amplo espaço verde com mata nativa, quadras esportivas, pistas de corrida, áreas de picnic, pistas de skate, espaços para apresentações culturais, além do Centro de Educação Infantil (CEI) e da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI), que recebem aproximadamente 500 alunos. Além disso, o Parque, por meio de sua equipe de voluntariado, oferece cursos de judô, Skate, dança, italiano, entre outros.

Leia abaixo a entrevista que fizemos com Ana Maria de Oliveira Marques, usuária do Parque desde seus primeiros anos. Atleta, maratonista formada em Educação Física e detentora de diversos prêmios esportivos no Brasil e fora dele, Ana Maria encontrou no Parque Chácara do Jockey um espaço para treinar sua equipe de corrida (Equipe Sônia Marques).

Respeitar! – Qual o uso que você faz deste parque?

Ana Maria – Eu treino minha equipe de corrida todos os dias. Sou responsável pelo treinamento da Equipe Sonia Marques, e encontramos aqui um espaço aberto, agradável, que podemos usar todos os dias.

Respeitar! – Onde vocês treinavam antes de vir para cá?

AM – Já há bastante tempo, estávamos sem espaço para fazer nossos treinos, e então tínhamos que treinar na beira da Rodovia Regis Bittencourt. Era muito dícil, além de corrermos um risco bem grande. Este é o espaço público mais próximo que consegue nos acolher. Tem uma ótima estrutura, é uma joia rara aqui em São Paulo.

Respeitar! – Vocês conhecem ou frequentam os cursos que acontecem?

AM – São muitos cursos, todos eles muito interessantes e estão sempre lotados.

Respeitar! – O que você acha do Parque contar com equipe de voluntariado?

AM – Isso faz do parque um espaço comunitário. Nós, mesmos, na medida das nossas possibilidades, também contribuímos, convidando frequentadores a treinar conosco, formando turmas etc.

Respeitar! – Você conhece   a história recente deste parque?

AM – Sim, se hoje estamos aqui é porque teve muita luta para isso, e é importante que se preserve se espaço para o público. O parque é do povo.

Ana Maria, de camiseta verde e capa de chuva, ao lado de outros atletas
no Parque Chácara do Jockey

* Professora polivalente por formação (Normal Superior), foi professora regente de Educação Infantil e Ensino Fundamental 1 em escolas da rede privada de São Paulo, de 1985 a 2007, passando, neste ano, a coordenar o Núcleo de Práticas Inclusivas da Escola da Vila, em São Paulo, até o ano de 2017. Atua também, desde o ano de 2000 até os dias de hoje, como formadora de professores na área de Alfabetização, Língua Portuguesa, Educação Inclusiva e Matemática, em diversos estados do Brasil. Atualmente, presta assessoria na área de Educação Inclusiva em escolas da cidade de São Paulo, compõe a equipe de educadores em Educação em Direitos Humanos do Instituto Vladimir Herzog. É selecionadora da área de educação inclusiva do Prêmio Educador Nota 10 da Fundação Victor Civita e atua como parceira em diversos projetos do Centro de Educação Terapêutica Lugar de Vida.

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