18 de setembro de 2019
“Fracassei em tudo o que tentei na vida. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.” Foi citando uma das frases mais famosas do antropólogo Darcy Ribeiro que o filósofo, escritor e professor Mário Sérgio Cortella falou da importância do exercício do magistério para educadoras e educadores da rede municipal de São Paulo, nesta segunda (16), em São Paulo.
Ex-secretário municipal de Educação (trabalhou na gestão da ex-prefeita Luiza Erundina, entre 1991/1992) Cortella palestrou durante a abertura dos Seminários Regionais, do projeto Respeitar é Preciso!, área de educação em direitos humanos do Instituto Vladimir Herzog.
Diante da plateia, o professor fez questão de reforçar a relevância da obra de Paulo Freire, educador brasileiro que na próxima quinta, dia 19 de setembro, comemoraria 98 anos de nascimento. “O terceiro autor mais citado”, lembrou, numa referência sobre o livro ‘Pedagogia do Oprimido’ (1968), terceiro obra mais citada em trabalhos acadêmicos na área de humanidades no mundo.
Os Seminários Regionais são um evento que acontece em parceria com a Secretaria Municipal de São Paulo. Os encontros promovem o debate sobre práticas na área da educação em direitos humanos que estão sendo desenvolvidas nas unidades escolares. A proposta é que essas experiências colaborem na reflexão sobre como gestores e docentes podem aprimorar as relações no ambiente escolar.
Resistência, prática e reflexão – na abertura desta segunda, que aconteceu no teatro da Uninove, na zona oeste, o diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog, Rogério Sottili, falou sobre a importância de se trabalhar as relações pautadas no respeito à diversidade nas escolas, num cenário onde cresce a intolerância. “Eu quero desejar a vocês, educadores e educadoras, um bom trabalho, mas sobretudo eu quero agradecer a vocês, educadoras e educadores, pelo seu talento, seu compromisso, por sua dedicação em construir relações mais humanas, mais fraternas, fundadas no respeito à dignidade humana”, disse, passando a fala para Raphaella Burti, Coordenadora dos CEUs e da Educação integral na Secretaria Municipal de Educação, que reforçou a importância de olhar para as experiências práticas e refletir sobre elas.
Participação de estudantes – alunas e alunos da rede municipal de São Paulo também participaram do evento, com a apresentação da Banda Música do Coração e do Silêncio, formada por estudantes ouvintes e não-ouvintes e registro da imprensa jovem.
Sarah Morais, Ana Carolina Amorim, Hiago Pereira e Mirella Oliveira, do grupo Slam do Riva, da EMEF Professor Rivadávia Marques Junior, coordenado pelo prof. Dhiancarlo Miranda, subiram ao palco e emocionaram a plateia com seus textos carregados de sentimentos. Marina Valenari, ganhadora do Slam Interescolar de 2018 e aluna da EMEF Claudio Manuel da Costa também participou, com rimas que dialogam com um tema muito caro ao Respeitar é Preciso!: a diversidade.
“Vamos deixar tudo xadrez,
preto no branco,
será que ainda é certo dizer isso,
poderíamos ter um arco íris,
umas cores a mais,
mas, quem vai querer um mundo de iguais,
igual a quem o que por quem?
o que é que estabelece essa tal de igualdade?
a minha não vale pra ti,
por um mero detalhe.”
(Marina Valenari)
Além da abertura, há atividades até o dia 24, divididas em cinco polos da cidade e agrupando diferentes grupos das 13 Diretorias Regionais de Ensino. Clique e veja o álbum de fotos.
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