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Intolerância contra as religiões de matrizes afro-brasileiras (II)

20 de junho de 2018

Relatório recente é referência indispensável para pesquisadores e interessados no tema

Lançado no ano passado, Intolerância religiosa no Brasil: Relatório e Balanço (RJ, Kline, 2017) é o mais abrangente trabalho sobre a temática nos dias atuais. Organizada por cinco autores, o estudo foi coordenado pelo Laboratório de História das Experiências Religiosas da Universidade Federal do Rio de Janeiro em parceria com o Centro de Articulação das Populações Marginalizadas (Ceap), o Centro de Promoção da Liberdade Religiosa & Direitos Humanos (CEPLIR) e a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), além do Ministério Público, do Tribunal de Justiça do Rio e da Polícia Civil.

capa livro

O livro tem o mérito de compilar dados destas fontes, bem como os do Disque 100, de modo a criar um balanço e análise dos 1407 casos registrados entre 2011 e 2015, acompanhados de análises e propostas de ação. Traçando um panorama histórico sobre a liberdade religiosa e a igualdade de direitos no Brasil, o relatório também propõe um anteprojeto para um Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

Além de constatar que praticantes da umbanda e candomblé compõem o segmento mais vulnerável à violência decorrente da crença, um outro dado do estudo é particularmente surpreendente. Segundo o levantamento, entre os anos de 2011 e 2015 as crianças e adolescentes estiveram envolvidas no maior número de casos de intolerância religiosa, seguido pelos LGBTs. Entre os agressores a maioria eram desconhecidos e vizinhos, mas também professores e até parentes.

 

Na época do lançamento do livro, um dos seus autores, o Babalaô Ivanir dos Santos, foi convidado a debater o tema no programa Salto para o futuro, da TV Escola.

Em companhia da antropóloga Regina Novaes, Ivanir, que também é um dos organizadores da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, descreve as implicações sociais e políticas dos casos de “intolerância religiosa” na sociedade brasileira, bem como o papel da educação na manutenção de preconceitos sociais e culturais. Confira:

 

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