Por uma cultura de diálogo: SME e Vladimir Herzog destacam o papel da mediação de conflitos no contexto escolar
15 de fevereiro de 2023
Até 7 de março, as Comissões de Mediação de Conflitos serão constituídas em cada Unidade Educacional da Rede Municipal de São Paulo. Para participar, procure a gestão da escola
O início do ano letivo, na Rede Municipal de Ensino de São Paulo, é período de constituição das Comissões de Mediação de Conflitos (CMC) em cada Unidade Educacional. Para ampliar o conhecimento sobre esse espaço, suas possibilidades e potências, a Secretaria Municipal de Educação e o Instituto Vladimir Herzog, por meio do projeto Respeitar é Preciso!, criaram uma campanha sobre a importância da mediação de conflitos no contexto escolar.
Criadas pela Lei Municipal 16.134 em 2015, as Comissões de Mediação de Conflitos da Rede Municipal de São Paulo são compostas por integrantes da própria comunidade escolar: professoras e professores, equipes de apoio, equipes de gestão, estudantes e seus responsáveis. Os membros eleitos têm papel fundamental para facilitar espaços de conversa e, assim, ampliar o olhar de toda a comunidade para os conflitos do seu dia a dia.
Além de encontrar saídas coletivas e não-punitivistas para as situações que emergem entre integrantes da comunidade escolar, a atuação permanente e cotidiana da mediação favorece a convivência, a participação e o pertencimento. Também proporciona condições para o processo educativo, combate preconceitos e, assim, contribui para uma formação cidadã e para o fortalecimento de valores democráticos.
Ensino e aprendizagem a partir do conflito
O que se busca com a mediação de conflitos no contexto escolar, explica Neide Nogueira, coordenadora da frente de Educação Básica da área de Educação em Direitos Humanos do do Instituto Vladimir Herzog, é “incentivar a cultura de diálogo na escola, na qual todas as pessoas sejam vistas e se vejam como sujeitos de direito”. A partir deste entendimento, os conflitos comuns no cotidiano podem ser “oportunidade pedagógica para aprendizado e vivência da escuta ativa, do respeito mútuo, de valores democráticos e de direitos humanos”.
O conflito, muitas vezes, é compreendido apenas como algo negativo, observa Glaucia Burckler, uma das responsáveis pelo Eixo de Educação em Direitos Humanos, Convivência e Mediação de Conflitos, da Coordenadoria dos CEUs (COCEU) da Secretaria Municipal de Educação (SME). “Entretanto a mediação nos direciona ao entendimento, através da experiência, de que as divergências são intrínsecas ao convívio humano e possibilitam o crescimento e as mudanças, a partir de um exercício real da cidadania”, completa.
Construção coletiva
Embora a existência da CMC em toda Unidade Educacional da Rede Municipal esteja prevista em legislação, Burckler destaca o significado desses espaços para além do cumprimento de uma tarefa. Afinal, o mal entendimento acerca das causas dos conflitos é o que pode ser negativo no ambiente escolar. Por outro lado, a atuação da Comissão pode fortalecer as relações, fomentar o protagonismo dos estudantes e os valorizar enquanto sujeitos de direitos, permitindo que toda a escola se reconheça como mediadora de conflitos.
Taize Grotto de Oliveira, também responsável pelo Eixo de Educação em Direitos Humanos, Convivência e Mediação de Conflitos, da Coordenadoria dos CEUs (COCEU/SME), lembra da contribuição das CMCs para o enfrentamento e prevenção de situações que possam gerar sofrimentos e violar direitos.
“É possibilitando a voz, vez e escuta ativa dos nossos estudantes e educadores, que torna-se possível conhecer as necessidades do território e, também, quais temáticas, na ótica da Educação em Direitos Humanos, se mostram urgentes de serem trabalhadas para subsidiar toda a comunidade escolar”, pontua Grotto.
A participação nas Comissões, finaliza ela, possibilita que todos sintam-se pertencentes ao ambiente escolar e corresponsáveis pelas demandas que surgem: “É uma atuação coletiva por meio da comunicação não violenta, com vistas a lidar com os conflitos de maneira crítica, reflexiva e transformadora”.
O prazo para constituição das Comissões de Mediação de Conflito vai até 7 de março. Procure a gestão da Unidade Educacional para participar!
Assista à entrevista sobre as Comissões de Mediação de Conflitos
Entrevista ao Jornal Brasil Atual, em fevereiro de 2023, contou com participação de Ane Talita Rocha, supervisora de Educação Básica do Instituto Vladimir Herzog, e Taize Grotto de Oliveira, responsável pelo Eixo de Educação em Direitos Humanos, Convivência e Mediação de Conflitos, da Coordenadoria dos CEUs, a COCEU, da Secretaria Municipal de Educação.
Assista ao encontro online sobre as Comissões de Mediação de Conflitos
Transmissão ao vivo realizada pela COCEU, com participação do Instituto Vladimir Herzog e Secretaria Municipal de Educação, compartilhou esclarecimentos sobre a atuação da Comissão de Mediação de Conflitos.
Baixe o folder e o pôster da campanha:
Baixe o pôster da campanha:
Boa noite, meu nome é Clarice Lopes e sou formada em serviço social, hoje trabalho na busca ativa escolar da rede municipal de ensino. Tenho muito interesse em me aprofundar no conhecimento do universo da mediação de conflito e se possível fazer uso deste conhecimento por onde eu for. Gostaria de saber sobre proposta de formação por parte do instituto Vladmir ou outros, caso vcs tenham o conhecimento e possam me indicar. Desde já agradeço. Clarice Lopes.
Em todos os momentos respeitar e preciso é necessário para convívio com as pessoas e todo ser humano é criação.