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Por onde começar a estudar interseccionalidade e educação?

15 de agosto de 2025

Equipe pedagógica do projeto Respeitar é Preciso! lista de referências sobre  interseccionalidades na educação, considerando os diversos marcadores sociais da diferença

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Em junho de 2025, o Projeto Respeitar é Preciso! finalizou o processo formativo composto por 3 módulos e  voltado para assistentes de direção (ADs). A partir da Educação em Direitos Humanos, o objetivo foi subsidiar e fortalecer as ações das Comissões de Mediação de Conflitos.

Nesse sentido, os assistentes de direção formam um público estratégico, uma vez que são membros natos das CMCs. Os encontros foram oportunidades de promover o aprofundamento de reflexões sobre o funcionamento institucional, as práticas e os relacionamentos no convívio escolar. Para isso, diversos temas foram abordados, tais como: fundamentos da EDH, conflito(s), violência(s), o campo de atuação da CMC, mapeamento e plano de ação como ferramentas fundamentais para o trabalho da CMC, monitoramento e avaliação.

Os marcadores sociais da diferença apareceram enquanto um eixo transversal em toda formação, uma vez que para uma análise e atuação significativa na construção do convívio escolar mais respeitoso e justo, as desigualdades produzidas socialmente devem estar no radar de toda comunidade escolar. A ideia de interseccionalidade –  termo foi criado pela jurista e professora Kimberlé Crenshaw, nos Estados Unidos, nos anos 1980, para explicar como as mulheres negras eram invisibilizadas tanto nas lutas feministas (que focavam em mulheres brancas) quanto nas lutas antirracistas (que focavam em homens negros) – é fundamental pois ajuda a entender como diferentes formas de discriminação (como racismo, machismo, homofobia, preconceito de classe, entre outras) se cruzam e afetam a vida das pessoas de maneiras diferentes.

A partir das conversas e reflexões suscitadas nos encontros formativos, a equipe pedagógica do projeto Respeitar é Preciso! criou uma  lista de referências sobre  interseccionalidades na educação, considerando os diversos marcadores sociais da diferença (raça, gênero, sexulidade, território, condição física, etc), bem como os segmentos escolares (da Educação Infantil ao Ensino Médio e EJA), e materiais de diversas linguagens.

Esta lista é dinâmica e poderá sofrer alterações/atualizações periodicamente. Por hora, desejamos que as referências abaixo contribuam para as discussões sobre interseccionalidade e educação no seu contexto educacional.

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