RBA_CMC

Entrevista: “Além de olhar para os conflitos, precisamos olhar para suas causas”

17 de fevereiro de 2023

A relevância das Comissões de Mediação de Conflitos na Rede Municipal de Educação de São Paulo foi tema do Jornal Brasil Atual em 16 de fevereiro de 2023, no contexto de uma campanha do projeto Respeitar é Preciso! para incentivar a participação nestes espaços das Unidades Educacionais da rede. Fruto da parceria entre Instituto Vladimir Herzog e Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, o projeto Respeitar é Preciso! tem o objetivo de promover valores democráticos e de direitos humanos no cotidiano escolar.

Em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, participaram Ane Talita Rocha, supervisora de Educação Básica do Instituto Vladimir Herzog, e Taize Grotto de Oliveira, responsável pelo Eixo de Educação em Direitos Humanos, Convivência e Mediação de Conflitos da Coordenadoria dos CEUs (COCEU), órgão da SME. 

Dimensão educativa do conflito

As entrevistadas abordaram a dimensão educativa para lidar com conflitos, tão frequentes no ambiente escolar e na vida em sociedade. “Os conflitos são inerentes às relações humanas”, explicou Ane Talita Rocha. “A proposta é uma forma diferente de olhar para o conflito, buscando soluções coletivas e não punitivistas”, afirmou.

Segundo Rocha, muitas vezes um conflito é apenas a ponta de um iceberg e a mediação pode favorecer um olhar coletivo para suas causas, contextos e tudo que estiver por trás:

“Quando a gente está num ambiente escolar e tem um conflito envolvendo A e B, temos que olhar para a situação específica, mas também ampliar o olhar para além. Muitas vezes, achamos que resolvemos um conflito, mas suas causas – seja uma violação de direitos, uma questão de discriminação, por exemplo – ainda estão presentes na instituição e podem criar outros conflitos”.

Taize Grotto ressaltou a dimensão educativa dos conflitos no ambiente escolar: “É justamente com ideias contrárias que nós evoluímos. Daí a importância da convivência e ampliação do nosso conhecimento para uma transformação da cultura escolar e social, que pode estar arraigada a preconceitos, discriminação”.

Assista na íntegra:

Deixe um Comentário