Aluno da Escola de Ensino Fundamental Professor Laerte Ramos de Carvalho durante o projeto projeto “A parede que fala” 
Foto: Acervo / Programa Imprensa Jovem.

5 exemplos inspiradores de educação midiática na educação básica

7 de agosto de 2024

Por Mariana Marques

O consultor e pesquisador em educomunicação Bruno Ferreira indica cinco projetos da Rede Municipal de Ensino de São Paulo que promovem desenvolvimento da autoexpressão responsável e cidadania

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A educação midiática envolve o conjunto de habilidades necessárias para que as pessoas participem de maneira crítica do ambiente informacional e midiático nos seus mais variados formatos. Com a presença das redes sociais e dos buscadores na internet no dia a dia das crianças e adolescentes, as discussões sobre os ambientes online influenciam no processo educativo e se tornaram ainda mais relevantes.

Neste contexto, a educação midiática é essencial para a formação de cidadãos que compreendam o funcionamento dos algoritmos, da lógica de recomendação de páginas e canais, da linguagem e forma de distribuição de notícias e conteúdos na internet. Desta forma, eles se tornarão aptos a  fazer escolhas conscientes  ao interagir de diferentes formas com as mídias sociais.

O consultor e pesquisador em educomunicação Bruno Ferreira explicou durante uma das formações do projeto Respeitar é Preciso! que as competências midiáticas podem ser exploradas em qualquer disciplina. Por exemplo, a habilidade de leitura crítica da mídia pode ser desenvolvida com a proposta de desmontar uma fakenews sobre aquecimento global, numa aula de ciências, ou com uma atividade para analisar capas de livros, na educação infantil. Nas aprendizagens de qualquer área do conhecimento, é possível qualificar a busca na internet, a compreensão sobre o funcionamento de algoritmos.

A capacidade de autoexpressão responsável também pode ser incentivada em qualquer componente curricular ou em atividades transversais da unidade educacional, muitas vezes para resolver coletivamente problemas do cotidiano daquele ambiente escolar. O mais importante, segundo Ferreira, é que os estudantes possam experimentar o papel de autor. Isso cria sentido para o que é produzido, ao saber que será útil para a comunidade.

Veja alguns exemplos de atividades que incentivam a autoexpressão citadas por Bruno, todas desenvolvidas na Rede Municipal de São Paulo ao longo das últimas décadas no contexto de programas e projetos de educomunicação.

1) A parede que fala

Aluno da Escola de Ensino Fundamental Professor Laerte Ramos de Carvalho durante o projeto projeto “A parede que fala” Foto: Acervo / Programa Imprensa Jovem.

O projeto “A parede que fala” foi criado em 2019 na Escola de Ensino Fundamental Professor Laerte Ramos de Carvalho. Nele, os estudantes expressaram seu entendimento sobre os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU) com a produção de podcast, gravando áudios com seus aparelhos celulares e divulgando os episódios com QR Codes.


Para mais informações acesse o link.

2) Vaza, Fake News!

Curta-metragem “Vaza, Fake News!” elaborado pelos alunos da Escola de Ensino Fundamental Henrique de Souza Filho. Imagem/ Reprodução do YouTube: @henfilmes843

Estudantes da Escola de Ensino Fundamental Henrique de Souza Filho elaboraram um trabalho de audiovisual a respeito das fake news em torno da vacina contra febre amarela, no ano de 2018. O curta-metragem “Vaza, Fake News!” contou com a produção de um dos núcleos da Imprensa Jovem, o Henfilmes, e já foi visto por mais de 5 mil pessoas no Youtube.


Para assistir o vídeo no Youtube acesse o link.

3) Educom.radio

Tatiane Evangelista Soares compartilhando sua experiência no Projeto EDUCOM.Radio . Imagem/ Reprodução: Base Educom

Criado em 2001, o Educom.radio foi um projeto de extensão universitária do Núcleo de Comunicação e Educação  da USP. O programa capacitou estudantes e professores de 455 instituições de ensino municipais de São Paulo para o uso do rádio como estratégia de enfrentamento à violência escolar e comunitária. A iniciativa pioneira em educomunicação tinha como objetivo principal a conscientização a respeito dos meios de comunicação em massa.


Para mais informações sobre o projeto acesse o link.

4) Imprensa Jovem

Canal do YouTube da agência de notícia escolar Imprensa Jovem. Imagem/Reprodução: @ImprensaJovem

O Imprensa Jovem é um amplo programa educomunicacional criado em 2005 que reúne e dá coesão a vários projetos em que os alunos atuam como repórteres de suas escolas e comunidades – alguns deles ao longo desta página. A iniciativa foi instituída oficialmente como política em 2016 através da Portaria Municipal nº 7.991/2016 e faz parte do conjunto de projetos pedagógicos desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Em 2022, a Imprensa Jovem se mobilizou em torno da campanha #FakeNewsToFora que, por meio de cards digitais e vídeos curtos, orientava a população sobre como identificar uma notícia falsa.


Acesse o canal da agência no YouTube.

5) Telejornal Espaço Criança

TELEJORNAL “Espaço Criança” elaborado pelo Centro de Educação Infantil Capitão Alberto Mendes Jr. Imagem/ Reprodução do YouTube: @emeicapitaoalbertomendesju3128

O Centro de Educação Infantil Capitão Alberto Mendes Jr. criou um telejornal para combater notícias falsas a respeito das vacinas contra a Covid-19. Os vídeos são postados no canal da instituição no Youtube, que tem mais de 400 inscritos. Além dos conteúdos informativos, é possível acompanhar a rotina das crianças e dos profissionais da educação por meio dos vídeos.


Conheça mais sobre a iniciativa no canal do Youtube.

Saiba mais:
Educamídia: Educação Midiática

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