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10 indicações culturais para o Novembro Negro e todos os outros meses

19 de novembro de 2024

Seleção reúne filmes, livros e outras produções que valorizam narrativas negras e antirracistas

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No mês da Consciência Negra, confira dicas de produções culturais que destacam a luta por igualdade racial, ampliam o diálogo sobre o tema, valorizam narrativas negras, se relacionam à luta antirracista e enfrentam a falsa ideia perpetuada de histórica única – conteúdos para serem vistos, ouvidos e assistidos a qualquer mês do ano. 

Podcast | Projeto Querino

Vencedor do Prêmio Vladimir Herzog em 2023, a série de oito episódios explora como a história do povo negro moldou a formação da sociedade brasileira, destacando suas lutas e engajamento político. As concepções de democracia, sociedade e até mesmo educação são tensionadas com a finalidade de compreender o Brasil do presente, mas também de lançar luz sobre as estratégias e engajamento político da população negra e sua luta pela dignidade e reconhecimento enquanto sujeito de direito.

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Filme | Meu nome é Maalum

Curta-metragem de animação (2021) conta a história de uma menina negra brasileira que cresce em um ambiente familiar repleto de amor e referências afrocentradas, o que oferece a essencial proposição de referências positivas de famílias e infâncias negras, atreladas à ideia de afeto, cuidado e desvencilhada da reprodução da ideia de ‘carência’, privação ou vulnerabilidade. Na animação, é na escola que a personagem vive uma situação de desrespeito, a qual se demanda um reconhecimento daquela criança enquanto sujeito de direito e de respeito mútuo.

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Filme | Bixiga: Caminhos para Saracura

O curta-metragem, produzido pela Casa Sueli Carneiro em 2023, documenta a luta do movimento “Mobiliza Estação Saracura Vai Vai”, formado por moradores, ativistas e pesquisadores do bairro do Bixiga, em São Paulo. O movimento busca preservar a memória e a presença da população negra na região – presença essa recorrentemente apagada em detrimento das memórias que enfatizam a comunidade italiana – e garantir a permanência da escola de samba Vai-Vai no bairro, ameaçada por obras do metrô e especulação imobiliária. O curta é rico para sensibilização sobre a reprodução de preconceitos e desigualdades no cotidiano e sobre a consequente importância da participação política e comunitária para enfrentar essas questões.

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Filme | Mães do Pina

O documentário (2015, classificação livre) retrata o bairro de Pina, em Recife, onde diversas mulheres mantêm a cultura local viva com seus trabalhos sociais, eventos musicais e manifestações religiosas. O documentário apresenta o impacto destas atividades na comunidade pernambucana e inspira reflexões sobre o protagonismo feminino e o enfrentamento das questões raciais no Brasil, iluminando as lutas e conquistas de mulheres que fortalecem sua cultura e seus direitos.

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Livro | Eu sei por que o pássaro canta na gaiola

No livro de 2018, a ativista negra e poeta narra sua infância e adolescência marcadas por diversas formas de violações no sul dos Estados Unidos, mas também as formas como a autora foi lidando com elas ao longo da vida.

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Livro | O Fascismo da Cor

No livro de 2023, Muniz Sodré discorre sobre uma nova abordagem sobre o racismo pós-abolicionista que persiste no Brasil. Sem deixar de lado o pano de fundo da desigualdade socioeconômica sobre os afrodescendentes, o autor foca na dimensão interacional entre pessoas brancas e negras, alegando uma metamorfose das velhas formas de domínio escravocratas.

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Livro | Olhos D’Água

Na obra de 2014, a escritora mineira Conceição Evaristo reúne contos que apresentam uma significativa galeria de mulheres, mães, filhas, avós, amantes. A autora promove uma reflexão sobre as estruturas sociais que perpetuam a desigualdade racial, além de reforçar a importância do reconhecimento da dignidade e da humanidade de cada pessoa.

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Livro | Como ser um educador antirracista

No livro semifinalista do Prêmio Jabuti 2024, Bárbara Carine discute sobre como a educação e a escola podem ser pensadas a partir de perspectivas não ocidentalizadas e, sobretudo, racializadas. A obra oferece reflexões e ferramentas práticas para identificar e desconstruir práticas racistas, analisando como as desigualdades raciais se manifestam na educação. Com uma abordagem crítica, acessível e baseada em exemplos, o livro orienta professores a criar espaços pedagógicos que respeitem a diversidade e incentivem os alunos a refletirem sobre questões de identidade, história e direitos das populações negras, contribuindo para a construção de uma sociedade mais antirracista.

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Livro | Lutar é crime

Livro de poesias lançado pela autora pernambucana Bell Puã em 2019 aborda temas como racismo, machismo e trabalho infantil, provocando uma reflexão profunda sobre as injustiças estruturais da sociedade. A autora examina o lugar de fala da mulher e denuncia as formas de exploração e preconceito que afetam especialmente as mulheres e as pessoas negras. 

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Exposição | Um defeito de cor

Atualmente no Sesc Pinheiros, em São Paulo (SP), é uma experiência imersiva baseada no romance histórico homônimo de Ana Maria Gonçalves, que reconta a saga de Kehinde, uma africana escravizada que luta pela liberdade no Brasil. Com curadoria de Amanda Bonan e Marcelo Campos, a mostra busca refletir a trajetória do livro por meio de produções artísticas que abordam a cosmogonia africana, com obras de 131 artistas. A proposta é um mergulho visual e sensorial nas questões de ancestralidade e identidade presentes na obra, ampliando a reflexão sobre a luta de Kehinde por liberdade e pertencimento.

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