Tarefa 6 – Curso REP! – Ariane do Vale Santos
Função
Professora de Educação e Ensino Fundamental I
DRE / Unidade Educacional
Freguesia do Ó / Brasilândia
Escola
EMEI Nair Corrêa Buarque
Projeto “Um sorriso negro, um abraço negro.”
Duração: setembro à dezembro(considerando o possível retorno das aulas presenciais em setembro).
Público-alvo: alunos da turma 5A e suas famílias e funcionários da U.E
Professora: Ariane do Vale Santos
Justificativa
Esse projeto começou a ser pensado no decorrer do ano letivo de 2019, quando uma aluna foi vítima de preconceito por uma colega de classe. Através dessa situação, e também recordando experiências vividas, foi possível notar que, muitas vezes, a criança negra descobre o que é preconceito e se torna vítima dele no ambiente escolar. Essas situações causam marcas, afetam a autoestima, fazem com que a pessoa negra se sinta inferiorizada e não aprecie suas características físicas ( tom de pele, textura de cabelo, formato do nariz e dos lábios).
Ao longo dos meses, a intenção de desenvolver o projeto foi ganhando mais força ao conversar com funcionários e comunidade escolar. Por Meio dessas conversas foi possível perceber que o padrão eurocêntrico continua sendo visto como um exemplo de beleza, que há uma certa resistência de descrever uma pessoa negra como negra e uma frequente utilização dos termos como “morena” e “escurinho” na tentativa de amenizar a situação ou não ofender a pessoa.
Sabemos muito bem que sucesso escolar depende muito da relação que a criança tem com a escola. Uma unidade escolar que trata seus alunos de forma diferente por causa de suas características, contribui para o baixo rendimento da criança negra e reforça o racismo. Entende- se que não somos iguais e que existem diferenças entre os indivíduos, mas é necessário combater a discriminação racial e promover um ambiente que estimule o respeito à diversidade e formar uma sociedade preocupada com o coletivo e o projeto será uma ferramenta para promover o respeito, valorização e as contribuições da população africana e afro-brasileira.
Objetivos:
- Conscientizar às famílias e os alunos sobre as contribuições do negro na construção do país.
- Conscientizar às famílias e comunidade escolar sobre os ditados populares carregados de racismo que fazem parte do nosso cotidiano.
- Conscientizar às famílias sobre as músicas racistas e relembrar que situações racistas acontecem com frequência na nossa sociedade.
- Fazer com que a criança negra se sinta representada nas histórias infantis, desenhos animados, bonecos, espaços da escola, etc.
- Compreender que existem diversas tonalidades para a pele negra.
- Quebrar estereótipos.
- Trabalhar a autoestima.
- Estimular o respeito à diversidade.
Desenvolvimento:
-Roda de conversa sobre diversidade existente na sala de aula.
Iniciaremos uma conversa com os pequenos onde cada um possa olhar para si e para os seus colegas e assim possam identificar semelhanças e difereças entre si.
-Roda de conversa sobre como os negros chegaram ao Brasil.
Apresentação do mapa mundi. As crianças localizarão o Brasil e o Continente Africano no mapa. Ao longo das semanas por meio de conversas, mapas e imagens, será conversado com as crianças sobre o percurso e as condições dos navios negreiros ao cruzar o oceano e com os negros eram tratados na época da escravidão.
Conversa sobre a origem e confecção da boneca Abayomi pela crianças e suas famílias.
-Lápis cor de pele existe? Analisando os diversos tons de pele.
Se somos diferentes uns dos outros e vivemos num país miscigenado, não é possível definir uma cor como a “cor da pele”.
Apresentaremos vários lápis com diversas tonalidades de marrom e de bege e as crianças compararão as cores com o seu tom de pele. Também se olharão nos espelhos, observarão suas características para fazer o autorretrato. No decorrer do projeto, observaremos como as crianças se vêem, o que consideram padrão de beleza e se construirão uma imagem positiva de si.
-Com quem eu me pareço? Como é minha família?
Utilizaremos a leitura da história “Livro da família” e “Minha mãe é negra sim” para conversar sobre as diferentes configurações familiares e hipóteses sobre semelhanças e diferenças entre as crianças e seus cuidadores e também com as professoras e demais pessoas da U.E.
-Crianças negras e brancas são representadas pelos bonecos da escola?
Roda de conversa, observação e exploração dos brinquedos.
Em seguida, ida até a brinquedoteca para separação de brinquedos negros e brancos. Depois da realização da contagem, montaremos um painel com imagens de bonecos e bonecas negras e brancas e as crianças colarão as suas fotos perto do(a) boneco(a) que se identificam.
Análise do livro “Bonequinha Preta”. Será que nossas bonecas se parecem com a boneca retratada na história? Será que essa boneca é retratada de uma forma bonita?
-Existe cabelo ruim? Sentindo a textura do cabelo crespo e conhecendo os diversos penteados que o valorizam.
Conversa sobre as diferentes texturas de cabelo e toque no cabelo crespo da professora Ariane. Depois conversa sobre o que acharam da experiência.
Logo depois, leitura e observação das imagens do livro “Peppa”. Será que essa história retrata verdadeiramente o cabelo crespo? Será que o cabelo crespo é tão forte a ponto de puxar uma geladeira?
-Príncipes, princesas, Barbies e heróis negros existem, você sabia?
Discussão sobre os príncipes e princesas que estão presentes nos contos infantis.
Discussão sobre os heróis negros que lutaram pelo fim da escravidão como :Maria Felipa , Aqualtune, Dandara , Luiz Gama, Dragão Mar, entre outros.
Roda de conversa para saber se as crianças e famílias têm bonecos negros.
Montagem de cartaz com as crianças dos heróis negros que eles conhecem e fazem parte dos desenhos, histórias…
Manuseio e leitura de diversos livros infantis onde o negro é protagonista.
Recursos :
Mapa mundo.
Histórias infantis com personagens negros sendo retirados de forma positiva.
Imagens de pessoas negras com diversos tons de pele, penteados e texturas de cabelo.
Bonecos negros.
Avaliação:
Será feita por meio de questionários e bilhetes sobre o período da escravidão e ditados populares, músicas e notícias sobre racismo enviados às famílias.
A avaliação ocorrerá também através de conversas e observações das interações das crianças, das crianças com funcionários e delas com os brinquedos e livros.