Tarefa 6 – Curso EDH – Mariana Bomfim Bispo
Função
Professor ed infantil e fund I
DRE / Unidade Educacional
São Mateus
Escola
Emei Jesuina Nunes Barbosa
Sequência de atividades
Tema:
Questões raciais e cultura africana e afro-brasileira.
Justificativa:
Sempre me causou muita inquietação e angústia ver a cultura dos povos negros serem desprezadas, minimizadas e ridicularizadas nas escolas por qual passei, tanto por educadores quanto por educandos.
É mais que urgente tratarmos dessa temática em sala de aula. Além da urgência, temos a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino sobre o tema nas escolas.
Não podemos mais aceitar nossas crianças se referindo ao lápis cor de pele sendo aqueles apenas dos tons bege e rosê. Eu, enquanto educadora negra, não posso mais aceitar as crianças me desenharem de cor branca e cabelo liso.
Também não podemos mais ficar inertes ao ouvirmos frases do tipo “prô, o cabelo dela é duro”, ou “prô, fulano me chamou de preto”.
Os negros e pardos representam mais que cinquenta por cento da população do Brasil. Portanto, se faz necessário, pensarmos em propostas pedagógicas voltadas para o reconhecimento e valorização dessa etnia que tanto contribuiu (e evidentemente, ainda contribui), para a rica diversidade do nosso país.
A quem o trabalho se destina:
Crianças da EMEI (faixa etária de 4 a 6 anos).
Finalidade:
Auxiliar na construção de uma sociedade onde a cultura dos povos negros seja legitimada, respeitada e valorizada.
Objetivos:
– Conhecer um pouco sobre a cultura africana;
– valorizar a cultura afro-brasileira e africana;
– incentivar os alunos a combater ideias preconcebidas;
– auxiliar no combate dos preconceitos e do racismo aprendidos em sociedade e, muitas vezes, repetidos na escola.
– Incentivar a curiosidade e a busca de novos conhecimentos.
Duração da sequência de atividades: Previsão de 10 aulas para a realização das atividades. Elas serão realizadas no decorrer da semana (proposta de realização de uma atividade por dia).
Atividades a serem desenvolvidas:
Primeira atividade: Leitura feita pela professora do livro: “Lápis cor de pele”, escrito por Daniela de Brito e ilustrações de Polly Duarte. Em seguida a professora deverá propor uma roda de conversa sobre a história. Sugere-se que a professora faça algumas perguntas, tais como: “Existe só um lápis cor de pele?”; “As pessoas são todas da mesma cor”?”. É importante ouvir todas as crianças que queiram falar, fazendo as intervenções quando necessário.
Segunda atividade: Pedir para que as crianças, uma por uma, se olharem no espelho (que fica pendurado no fundo da sala) e depois fazerem um autorretrato de acordo com as características que observaram: cor da pele e do cabelo, características das partes do corpo, tais como nariz, cabelo, olhos, etc. Em seguida, propor uma roda de conversa com exposição dos trabalhos e deixarem as crianças, que quiserem, falarem sobre os seus desenhos.O objetivo é que as crianças percebam que cada uma possui características próprias, e que todas devem ser respeitadas de forma igualitária.
Terceira atividade: Leitura feita pela professora do livro: “Meu crespo é de rainha”, escrito por Bell Hooks e ilustrado por Chris Raschka. Tradução de Nina Rizzi. Após a leitura, propor outra roda de conversa. Deixar que as crianças falem um pouco sobre as impressões que tiveram do livro. É importante que a professora explique o que é genética, e que é isso que faz com que sejamos diferentes uns dos outros. Explicar que as personagens do livro possuem os cabelos crespos, por causa da ancestralidade africana. Valorizar e apreciar nessa roda de conversa as características do cabelo crespo. Procurar desmistificar que o cabelo crespo é feio e duro, algo que infelizmente ouvimos quase diariamente em nossas salas de aula. Pode-se propor uma oficina de penteados africanos, como o uso de turbantes, tranças entre outros.
Quarta atividade: Brincadeira africana chamada Terra-mar. Primeiramente é importante explicar um pouco sobre a brincadeira e dizer que é originária de Moçambique, um país africano. Também é pertinente trazer algumas informações sobre o país, tais como localização (pode-se usar um mapa), animais nativos, clima entre outras informações relevantes para crianças dessa faixa etária. Originária de Moçambique, a brincadeira é muito fácil de ser executada. Basta riscar uma extensa linha no chão. De um lado deve-se escrever a palavra “terra” e de outro lado, a palavra “mar”. No começo todos podem ficar na terra.Porém, quando o educador grita “mar!” todos devem pular para o lado contrário. O procedimento vai se repetindo, e o interessante é que as ordens sejam dadas cada vez mais rápidas. Aqueles que forem errando o lado vão sendo eliminados, até que aquele que ficar por último seja o vencedor. (fonte- https://escolaeducacao.com.br/brincadeiras-africanas/ )
Quinta atividade: Construção do instrumento musical reco-reco (instrumento originário da Angola) É importante o professor falar um pouco sobre o país de origem do instrumento e explicar que esse instrumento é utilizado em rodas de samba. É interessante também apresentar vídeos para as crianças em que o instrumento seja utilizado.
Livro para ser utilizado na primeira atividade.
Livro para ser utilizado na terceira atividade.
Sugestão de reco reco para ser construído com as crianças.