Tarefa 6 – Curso EDH – Letícia Augusta Arakaki
Função
Supervisora Escolar
DRE / Unidade Educacional
Campo Limpo
Escola
DRE Campo Limpo
Cursista: Letícia Augusta Arakaki
Curso: EDH – Desafios do contexto atual
Instituição: Instituto Vladimir Herzog e SME
ATIVIDADE OBRIGATÓRIA PARA CERTIFICAÇÃO
- Tema: Inclusão, relações étnico-raciais e gênero
- Público-alvo: crianças, famílias e funcionários – Educação Infantil
- Duração: Anual
- Justificativa:
Levando em consideração que, historicamente, a sociedade tem reproduzido determinados valores e padrões da classe dominante, priorizando-se, por vezes, a visão eurocêntrica em detrimento de outras visões, povos ou etnias, urge a necessidade de se desconstruir algumas representações simbólicas tão arraigadas em nossa sociedade desde cedo, na Educação Infantil. Partindo ainda do pressuposto de que uma das tarefas da educação é de formar cidadãos éticos, críticos, competentes, responsáveis, cabe a instituição educacional promover ações que ampliem os conhecimentos e o olhar acerca dos direitos humanos e combatam qualquer tipo de discriminação e preconceito, valorizando, portanto, as diferenças e visando a inclusão, a equidade e considerando o sujeito em sua integralidade. Mas como trabalhar isso desde a Educação Infantil? Esta foi uma das questões disparadoras para abordagem das relações étnico-raciais, inclusão e gênero em um CEI (Centro de Educação Infantil) que trabalhei durante muitos anos como Coordenadora Pedagógica e que norteava o Projeto Político Pedagógico da Unidade.
- Finalidade:
– Lutar contra discriminação e preconceitos e a favor dos direitos humanos e valores, como inclusão, respeito à diferença, empatia, igualdade, entre outros, independente da cor, raça, sexo, idade, deficiência, religião, crenças, classe social.
- Objetivos/Resultados esperados:
Sensibilizar crianças, famílias e/ou responsáveis e funcionários quanto à questão da diversidade étnico-racial, inclusão, gênero e respeito mútuo;
Ampliar a participação das famílias e/ou responsáveis nas atividades e no Projeto Político Pedagógico da U.E.;
Proporcionar momentos de aproximação entre as crianças e seus familiares;
Propiciar momentos de reflexão e brincadeiras em família;
Contribuir para a construção da identidade das crianças, de modo que valorizem e respeitem as diferenças;
Combater o preconceito e discriminação;
Elevar a auto-estima das crianças e fortalecer a identidade do grupo;
Implementar as leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que incluem a obrigatoriedade da temática da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena no currículo da Educação Básica;
Prevenir contra o bullying; (Lei nº 14.957, de 16 de julho de 2009, que dispõe sobre a inclusão de medidas de conscientização, prevenção e combate ao “bullying” escolar no projeto pedagógico elaborado pelas escolas públicas de Educação Básica do Município de São Paulo, e dá outras providências).
- Estratégias:
– Formação de educadores e famílias/responsáveis de modo que aborde as questões de direitos humanos;
– Organização dos espaços de forma que todos se sintam representados e com olhar atento à diversidade;
– Contação, leitura, reconto e manuseio de histórias que remetem a diferentes povos e etnias, gênero e inclusão;
– Exposições que remetam às contribuições culturais de diferentes povos e etnias (africanas, indígenas, etc);
– Exploração de fotografias;
– Oficinas de jogos étnicos (tais como a mancala e o bezete, que são de origem africana);
– Exploração de instrumentos musicais, objetos, adereços, alimentos que remetam à diferentes povos e etnias;
– Desfile étnico;
– Teatro de fantoches de histórias como “Princesa Arabela mimada que só ela”, “Ana e Ana”, “Brincadeira de criança”, entre outras, que remetam à inclusão, relações étnico-raciais e gênero;
– Projeção do filme “Kiriku e a feiticeira”, bem como vídeos da Coleção “A Cor da Cultura”;
– Realização do Projeto “Amigos da Turma”:
- Esclarecer aos pais e funcionários sobre o projeto. Explicar que será enviado um boneco multi-étnico ou que representa ter alguma deficiência (visual, auditiva, física) na sexta-feira para passar o fim de semana com a família, a qual deve orientar a criança a cuidar bem do boneco como se fosse uma criança, um amigo. O boneco será levado em uma sacola personalizada do projeto do CEI, juntamente com uma pasta com um formulário para ser preenchido pela família contando como foi a experiência. Na segunda-feira seguinte, o boneco deve ser devolvido ao CEI da mesma forma que foi recebido, juntamente com o relato. Os relatos serão problematizados, às segundas-feiras, em roda de conversa com a turma.
- Propiciar momentos lúdicos em família com reflexões sobre a experiência e cuidados com pessoas com deficiências quando for o caso e respeito às diferenças;
- Ressaltar a importância de se responsabilizar sobre o boneco, quais cuidados devem ser tomados;
- Observação: Os bonecos são levados para casa em sistema de rodízio pelas turmas, ou seja, cada semana um agrupamento leva. Buscar estratégias inclusivas, bem como para o conhecimento sobre as contribuições dos povos indígenas, afrodescendentes, asiáticos, europeus e de outros países da América.
- Propiciar brincadeiras com bonecos multi-étnicos e simuladores de deficiências;
- Propiciar brincadeiras de sensibilização em relação às deficiências, tais como: trilha sensorial, vivência com pré-bengala e cadeira de rodas, etc.
- Conversar sobre as diferenças e incentivar a valorização e o respeito a elas;
- Obs.: É recorrente o fato de que algumas famílias não queiram que seus filhos levem bonecas para casa, por considerarem brincadeira de menina. Esta questão deve ser problematizada com as crianças, funcionários e famílias.
- Avaliação:
– Registros escritos, filmados, fotografados. Verificar os pontos positivos e negativos do projeto, reestruturando-o sempre que se fizer necessário.