Tarefa 6 – Curso EDH – Débora Sanchez Rochael
Função
Professora de educação infantil
DRE / Unidade Educacional
Itaquera
Escola
Vila Carmosina
Tema: Combate à invisibilidade da equipe terceirizada no cotidiano escolar
Justificativa: Durante a live com a Professora Ms. Luciana Alves foi apresentada a fala de Valeria Hespanhol afirmando que “ em muitas unidades o quadro de apoio é invisível aos projetos. Só somos chamados para arrumar os espaços ou preparo lanches. Fico muito indignada”. Tal fala levou a reflexão que na unidade em que trabalho, no último ano, essa também era a função que atribuíam a equipe de apoio, contudo essa fala me levou a pensar em qual papel colocam a equipe terceirizada.
É comum a troca de funcionários na equipe terceirizada, é naturalizado a chegada de uma nova pessoa para compor a equipe e nem ser apresentada aos demais funcionários da escola. A ação institucional faz uma grande distinção entre quem é funcionário da Prefeitura e quem é funcionário terceirizado, os funcionários da Prefeitura recebem boas vindas, são nomeados, apresentados e quando vão embora recebem homenagens e despedidas, mesmo que tenham permanecido naquela equipe por apenas 2 meses, enquanto o funcionário da terceirizada é simplesmente colocado no contexto escolar como um objeto que não precisa ser anunciado, nomeado, apresentado, as vezes permanece anos naquele ambiente com os demais funcionários, não é inserido em projeto algum da escola, nem os pedagógicos e nem os momentos de confraternização e quando vai embora, quase sempre sem prévio aviso, não recebe nem um adeus.
Segundo a Professora Luciana essa exclusão e distinção entre os diferentes profissionais são estruturais e normalmente são justificadas com base na rotina, na atribuição de cada um dentro da escola. O quadro de apoio sofre com uma hierarquia arbitrária e que não abre espaço a diversidade de ideias, desconsidera o que essa equipe pode agregar.
Portanto, considerando que todos no ambiente escolar deveriam ter as mesmas possibilidades de fala e escuta já que todos os adultos numa escola são educadores e observando que essa segregação é bastante evidente e gera discriminação entre as diferentes equipes, faz-se necessário uma ação que busque combater a invisibilidade das pessoas que compõem a equipe terceirizada e estimule o respeito a elas, evidenciando sua condição humana dotada de direitos.
Público: Apesar de buscar atender à necessidade de acabar com a invisibilidade dos funcionários terceirizados no CEI, essa proposta é voltada a todos do ambiente escolar que precisam ampliar suas percepções e atuar sem discriminar nenhuma pessoa. Enfim, destina-se a todos da comunidade escolar.
Finalidade: Realizar um replanejamento institucional para trazer as equipes terceirizadas para participarem e se sentirem parte dos projetos da escola, destacando a importância de todos como educadores e pessoas que merecem ser conhecidas por suas identidades, reconhecidas pela sua atuação e respeitadas em seus direitos.
Objetivos:
– Estimular a participação dos funcionários da terceirizadas em diferentes Projetos e momentos na escola
– Incentivar a interação e o respeito entre todos os participantes da comunidade escolar
– Extinguir práticas de discriminação e segregação no ambiente escolar
– Estabelecer momentos de escuta dos diferentes membros da comunidade escolar
– Proporcionar momentos de apresentação e aproximação entre os membros da comunidade escolar
Duração: Essa proposta pode ser aplicada assim que retomado o atendimento presencial nas escolas e deve ser desenvolvida ao longo do ano, sendo que algumas ações devem ser retomadas sempre que houver um novo funcionário na unidade, tratando toda pessoa como única e detentora de uma identidade.
Sequência didática:
Primeira ação: Realizar uma roda de apresentação entre todos os funcionários assim que retornarmos o atendimento na escola, assim todos poderão ser conhecidos pelos seus nomes. Nesse momento evidenciar a importância que a equipe de limpeza terá no nosso cotidiano, no processo de prevenção e cuidados para minimizar as possibilidades de contágio pela COVID.
Segunda ação: A primeira reunião de pais de todo ano, um momento de fala com a gestão e apresentação de todos os funcionários às famílias, pois todos são educadores.
Terceira ação: Estimular a fala dos funcionários terceirizados em diferentes momentos de reunião, considerando a importância de ouvi-los. Nesse momento eles podem trazer quais têm sido suas dificuldades no ambiente e quais ações podem ser realizadas para melhorarmos.
Quarta ação: Tornar um hábito a participação dos funcionários terceirizados nos diferentes projetos e eventos (cafés coletivos, festas de despedidas, participações em apresentações às crianças), além de interações diárias.
Quinta ação: Disponibilizar um painel com fotos e nomes dos funcionários terceirizados acessível a todos da escola, inclusive as famílias, dando destaque a quem tem cuidado da higiene e alimentação segura das crianças.
Observação: Na Live com a professora Luciana houve a colocação de que muitas vezes o próprio funcionário não se sente a vontade para participar das interações, segundo a professora Luciana isso é comum acontecer porque as pessoas são acostumadas a serem silenciadas e passam a acreditar que não têm direito a voz, não se sentem a vontade em se expressarem, é necessário mudar essa dinâmica e mostrar que todos têm direito a se expressar, portanto, as ações acima descritas devem passar por esses momentos de receio dos funcionários em se expor e a intenção é levá-los a se habituarem com o direito à fala e escuta.
Avaliação: Observando as interações cotidianas podemos perceber se as ações planejadas estão atingindo os objetivos esperados e replanejá-las de acordo com a necessidade, além de realizar a escuta de como os funcionários se sentem trabalhando nessa escola.