Tarefa 6 – Curso EDH – Caroline Ancelmo de Souza
Função
Professora de Educação Infantil
DRE / Unidade Educacional
Penha
Escola
Emei Almirante Tamandaré
PROJETO: NOVOS CONTOS, NOVOS OLHARES: AS HISTÓRIAS QUE NÃO NOS CONTARAM.
RESGATE HISTÓRICO:
Com as transformações sociais no mercado de trabalho, e a inserção da mulher nesse mercado, para a complementação da renda familiar, surge um espaço para atender as crianças, filhos de operários, uma necessidade não vista com bons olhos pela comunidade da classe burguesa, com valores religiosos e de hierarquia social. A Educação Infantil a princípio não tem uma função educativa, de formação junto com a família, mas como um “mal necessário” e ligada fortemente as questões higienistas.
Registros históricos do ano de 1879 no Rio de Janeiro, demonstram preocupação em “disciplinar” nos hábitos morais vigentes.
“tarefa não é a de educar o filho de uma escrava, um ente de uma condição nova que a lei teve de constituir sob a condição de ingênuo! Que grave responsabilidade não assumimos conservando em nosso lar, junto de nossos filhos, essas criaturazinhas que hoje embalamos descuidosas, para amanhã vê- las convertidas em inimigos da nossa tranquilidade, e quiçá mesmo da nossa honra”.
¹ Dr. K Vinelli, médico da época dos expostos da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
Kulhamnn Jr (1998) relata em seu livro a abordagem histórica das instituições de Educação Infantil, discursos de analises médicas, problemas sociais e econômicos. As instituições de Educação Infantil passou por um longo período de desconstrução de uma imagem de “asilo da infância”, mal necessário”, por isso para justificar o projeto sua continuidade e ampliação, comparo a luta das instituições de Educação Infantil com o projeto respeitar é preciso com relações étnico-raciais, contra a supremacia da cultura Europeia que desmerece as culturas populares, que fogem dos padrões dos colonizadores. Não nos contaram sobre esses povos, no ensinaram a parte triste das história, então o projeto tem essa proposta desde a educação básica, contar as histórias de valorização das culturas.
Acredito nas potencialidades da Educação Infantil, as crianças sempre estão abertas ao novo, seus olhares não estão domesticados por padrões, mas estão sempre a procura de novos olhares, novas formas de ser no mundo e novas referências de mundo. Assim após a palestra da professora Luciana Alves sobre “Raça e relações étnico-raciais: branquitude e algumas questões étnico -raciais”, em que durante sua aula trouxe alguns pontos importantes de reflexão em relação ao respeito as diferenças e a descolonização do currículo, e pensar sobre qual é o meu papel, e como descontruir posturas que fortalecem as desigualdades. Com base na aula da professora Luciana, que destacou a atenção a linguagem e de como muitas vezes valorizamos a cultura européia e branca, minha intenção educativa é de continuar o projeto de contação de história, que permeia as culturas e suas belezas, somos frutos de uma educação que nos contou a história da escravidão, mas não nos contou dos príncipes e princesas africanas, dos contos populares, da língua.
Por isso a proposta é continuar com esse projeto abrangendo mais ainda a cultura da Bolívia, a qual a unidade que estou recebe muitos imigrantes dessa região. A Escola Pública é fundamentada para todos, vamos falar então da história de todos, com a beleza das histórias para efetivar o respeito as diferenças e que respeitar é preciso, começar na Educação Infantil é investir na geração futura, para desconstruir falas preconceituosas.
Na minha experiência do ano de 2016, na EMEI QUINTA DAS PAINEIRAS, minha turma do Infantil II, se aventuraram comigo nos contos Africanos e Indígenas, através das histórias, da música, do teatro, da arte.
Na Grécia antiga contar histórias era forma de transmitir as conquistas do seu povo e não deixar as memórias serem esquecidas, com as crianças na contação de história, eles puderam ter um olhar de apreciação, aos elementos culturais e desmistificando a hegemonia de uma única cultura, mas trazer a beleza de cada lugar, de cada cultura.
Esse ano tinha alguns planos, para continuar o projeto e ampliar na nova unidade que estou lotada EMEI ALMIRANTE TAMANDARÉ, porém, com a pandemia não foi possível, mas pretendo continuar o ano que vem, então vou relatar as aventuras que tive no ano de 2016, na EMEI Quinta das Paineiras, minha turma do Infantil II, se aventuraram comigo nos contos africanos e indígenas, através das histórias, da música, da arte e do teatro, as crianças tiveram a oportunidade de conhecer a cultura desses povos que foram sufocados pela escravidão e colonização, foi em relação aos contos africanos e indígenas, que através das histórias, as crianças puderam ter um olhar de apreciação, aos elementos culturais e desmistificando a hegemonia de uma única cultura.
Assim a sequência das ações educativas terão esses componentes:
- Música; (instrumentos musicais e cânticos).
- Artesanato;
- Teatro: as crianças com a linguagem corporal recontar as histórias
- Construção de instrumentos musicais;
- Vestuário
- Vídeos.
NA EDUCAÇÃO INFANTIL A AVALIAÇÃO É PROCESSUAL, MAS PODE SER VERIFICADA A IMPORTÂNCIA DO PROJETO NAS RELAÇÕES COM A TURMA, NAS FALAS, NO ENCANTAMENTO DOS CONTOS E NA ARTE, TALVEZ UM DOS DIAS QUE FOI POSSÍVEL NOTAR O SUCESSO DO PROJETO, FOI QUANDO ELES MESMOS ESCOLHERAM O CONTO QUE QUERIAM APRESENTAR AS FAMÍLIAS. NO DIA DA FAMÍLIA, ELES CONTARAM AS BOAS MEMÓRIAS, ELES CONTARAM A HISTÓRIA FELIZ PARA AQUELES QUE TALVEZ NUNCA OUVIRAM ESSAS HISTÓRIAS, SÓ CONHECERAM O LADO TRISTE.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
KUHLMANN Jr., Moysés. Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: mediação, 1998.
DESENHOS
BAOBÁ - A LENDA DO BAOBÁ - USANDO MASSINHA
MÁSCARAS AFRICANAS- CONHECENDO E CONFECCIONANDO
VÍDEOS
RETALHOS DAS HISTÓRIAS - PINTURA DA GALINHA D' ANGOLA
RETALHOS - BAOBÁ
PINTURA DOS TECIDOS
ESCOLHA DAS CRIANÇAS PARA TEATRO DOS CONTOS
DIA DA FAMÍLIA- APRESENTANDO OS CONTOS ESCOLHIDOS POR ELES
MÁSCARAS
MÁSCARAS