Zumbi (1927), pintura de Antonio Parreiras (1860 – 1937) / Acervo do Museu Antonio Parreiras, Niterói

Campanha Novembro Negro aborda, ao longo do mês, a consciência negra

(Imagem: Zumbi (1927), pintura de Antonio Parreiras (1860 – 1937) /
Acervo do Museu Antonio Parreiras, Niterói)

Não poderíamos deixar de trazer para este espaço de Campanhas o Mês da Consciência Negra: por tudo que representa nas lutas históricas de nosso povo e da comunidade negra e, em especial, porque começou oficialmente no espaço escolar a comemoração e daí o reconhecimento da importância de Zumbi dos Palmares.

O Art. 79B da Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 10.639 de 9 de janeiro de 2.003) diz simples e claramente que “O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’”. A mesma Lei incluía, final e urgentemente, o Ensino de História e Cultura Afro Brasileira nos currículos escolares.

Mas teve muita história antes disso.

Desde os anos 1970, no âmbito das lutas sociais, já se buscava marcar a data que traz outro ponto de vista e outras luzes ausentes no super-oficial dia 13 de maio.

Em Porto Alegre, 1971, o poeta e professor Oliveira Silveira, fundador do Grupo Palmares, propõe a data e reivindica um novo olhar para a história. “Em 1971, a esquina entre a rua dos Andradas e a Avenida Borges de Medeiros ainda não se chamava Democrática, mas já era o ponto de encontro de quatro jovens universitários que discutiam pautas relativas
ao negro no Brasil. Em uma dessas conversas, Oliveira Silveira, Vilmar Nunes, Ilmo da Silva e Antônio Carlos Côrtes passaram a questionar a legitimidade do 13 de maio (dia da abolição da escravatura) para o
povo negro.” (trecho da biografia do poeta).

Mas teve ainda muito mais história antes disso.

Por isso, a campanha tem como foco a nossa sociedade, formada por uma maioria de pessoas negras. Mais especificamente, busca oferecer subsídios que permita a educadoras e educadores pensar, construir e colocar em prática estratégias para lidar com a história e as contribuições sociais, culturais e científicas da África, dos povos africanos e de seus descendentes (em conformidade com a legislação educacional brasileira, que reconhece serem estas temáticas relevantes para a formação das novas gerações). Numa sociedade ainda fortemente marcada pelo racismo, também procura oferecer referências para que as escolas intervenham, educativamente, na disseminação de estereótipos e de diferentes expressões de discriminação.

Feliz mês de novembro para todos!

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